No Dia que lhes é dedicado, deixo aqui a minha homenagem às crianças.

Principalmente, porque traduzem a pureza da vida.

   Quero pedir a Deus que derrame as Suas bênção sobre todas.

Em especial, quero transmitir o meu amor e o meu carinho, àquelas que,

não tendo a ventura de possuir uma família,

buscam nas sua experiências a própria razão de viver.

 

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POR QUE ME DEIXAM SÒ?

 

Ei! Moço! Você já me viu na sua frente?

Já reparou bem quanto sou pequenino?

Olha! Eu tenho uma boca linda...sorridente...

E um plhar meigo que ilumina meu rostinho...

 

Ei! Moço! Você sabe?... Não sou diente

Das muitas criancinhas que vivem pela terra...

Eu gosto de correr, de brincar livremente...

E das alegrias que a minha idade encerra.

 

Ei! Moço! Você já viu que eu sou esperto e atento?

Mas eu não tenhoo que as outras crianças têm...

Ando maltrapilho... Sem carinho, ao relento...

Eu não tenho pai... nem mãe...não tenho ninguém!

 

Ei! Moço! Verdae que eu simbolizo o amor?

Que tenho um dia, pra ser comemorado?

Que sou Luz? Que sou Paz? Que sou esplendor?

Então, por que me deixam só... abandonado?

 

  

OS CONTOS DA VOVÓ

 

 

Quando eu era criancinha,

Minha avozinha contava

Histórias da “Carochinha”.

E com isso, me encantava.

 

Falava de lindas fadas

Que zelavam com capricho,

Mas também bruxas malvadas

Transformando gente em bicho.

 

Narrava, com sutilezas,

A vida de heróis tão belos.

Os amores das princesas

E as agruras nos castelos.

 

Mas, no fim, todas histórias

Tinham lá uma moral...

Pois, só cantavam vitórias

Do bem, na luta com mal.

 

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CONSEQUÊNCIA

 

 

Na minha vida, com ingenuidade,

Sempre sonhei com um mundo perfeito,

Onde existisse uma Paz de verdade

E os homens, justos... sem qualquer defeito.

 

Acreditava, então, num Ser Humano

Como imagem de Deus e semelhança...

E no amor, com sentido puritano,

Transmitindo harmonia com pujança.

 

Enquanto sonhava esse sonho puro,

Vivia muito alegre e bem contente,

Vendo o mundo cada vez mais seguro...

E o homem, de fato, cada vez mais gente.

 

Agora, às vezes, me pego chorando...

Ainda que não encontre uma razão.

É como se uma dor, de quando em quando,

Surgisse sem qualquer explicação.

 

Vivo, então, uma angústia derradeira,

Vasculhando o porquê dessa tortura...

Por mais que busque a causa verdadeira,

Eu não acho motivo à desventura.

 

Mas, de repente, a minha consciência,

 Ao buscar a clareza das razões,

Revela que o meu pranto é consequência

Das mais vis e cruéis decepções.

 

 

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 ERA UMA VEZ

 

 Ainda trago na memória

E com muita lucidez,

Que o início, de toda história,

 Começava: “Era uma vez“.

 

Parecia ter magia

Aquela doce expressão...

Bastava ouvi-la e eu me via

Envolvido na emoção.

.

No meu infantil juízo,

Como herói, eu me sentia

Conquistando um paraíso,

Repleto de fantasia.

 

Tempo feliz de aventura,

Vivido na intensidade...

Que ao recordar com ternura,

Por certo, me dá saudade. 

 

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